terça-feira, 26 de julho de 2011

Harry Potter e As Reliquias da Morte - Parte 2

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part II
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Michael Gambon, Alan Rickman, Evanna Lynch, Domhnall Gleeson, Clémence Poésy, Warwick Davis, John Hurt, Helena Bonham Carter, Graham Duff, Anthony Allgood, Rusty Goffe, Jon Key, Kelly Macdonald, Jason Isaacs, Helen McCrory, Tom Felton, Ciarán Hinds, Matthew Lewis, Devon Murray, Jessie Cave, Afshan Azad, Freddie Stroma.
Direção: David Yates Gênero: Aventura Duração: 130 min.
Sinopse: Na segunda parte do final épico da série, a batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos. Os riscos nunca estiveram tão altos e nenhum lugar é seguro o suficiente. Assim, Harry Potter precisa se apresentar para fazer o seu último sacrifício, enquanto o confronto final com Lorde Voldemort se aproxima. Tudo acaba aqui.
Não sei como funciona ver Harry Potter para alguém que nunca leu os livros. Posso parecer um idoso falando isso, mas leio eles desde antes de começarem a filmar os filmes. Lembro de ser um pirralho entrando na internet discada do trabalho da minha mãe para ver a foto anunciando quem seria os três protagonistas. E como eu achei a Emma Watson perfeita como Hermione.

A oitava parte da saga é apenas o filme que mais faturou no fim de semana de estreia na história do cinema. Mais do que todos os outros filmes de Harry Potter, mais do que qualquer outro filme da história. Sendo assim, é meio óbvio que existem pessoas que nunca leram os livros e foram assistir e, pior, pessoas que nunca sequer viram os outros filmes. E é nelas que eu penso. Como devem ter saído do cinema sem ter entedido porra nenhuma. O filme já começa de onde parou o anterior e não tem tempo (ou sequer tenta) dar nenhuma introdução explicativa; parte do princípio de que quem está ali assistindo já sabe o que aconteceu antes. Mas não é desse tipo de entendimento que eu falo - tirando toda mitologia ainda dá pra aproveitar como um bom filme de ação, daqueles que não precisam de história - falo da sensação que só quem cresceu e esperou durante todos esses anos conseguiu aproveitar.

O filme estrearia na sexta-feira e uma semana antes eu tava conversando e rindo de uns amigos do fã-clube que todo ano dormiam no estacionamento pra conseguir comprar o ingresso - eu sempre chegava lá cedinho quando amanhecia a tempo de conseguir as ultimas sessões do dia. Era segunda-feira e eu sequer tinha visto nenhum trailer, quando recebi uma ligação do Romulo dizendo que tinha saido no facebook um anuncio dos cinemas: pela primeira vez na cidade haveriam as sessões de pre-estreia as 00:01 de quinta para sexta. Durante uma hora exata eu ri, me desesperei, fingi que não estava nem aí, tentei ligar para pessoas avisando, tomei banho e fui parar no shopping sem ter certeza de nada. Cheguei lá e não só era verdade como já existiam outras 46 pessoas numa fila. Sim, eu vou dormir aqui - disse pra umas cinco pessoas surpresas, minha mãe inclusa. E lá estava eu segunda-feira dormindo (dormir é um eufemismo bem forte pra virar a noite) no shopping pra comprar um ingresso de um filme que só veria sexta-feira.

Na terça-feira de tarde, quando todos já estavam com os ingressos em mãos, houve uma certa combinação de que ninguém precisaria chegar cedo no dia do filme. Haha. Eram 11 da manhã de quinta-feira quando uma amiga twittou que estava indo pro cinema garantir lugares na sessão, as pessoas já estavam lá desde 3 da manhã do dia anterior. Eu sequer tinha dormido ainda e já estava embaixo do chuveiro correndo pra ficar mais doze horas na fila até a hora do filme. Engraçado como as pessoas associam a ideia de fila a coisas torturantes mas na prática todos estavam ali por vontade própria e realmente gostando.




Eu vou ter um troço antes mesmo dos trailers começarem. Não tô preparado pra ver esse filme não. Fica na minha frente que já tem outro canal filmando. Mas que marmota de cosplay é esse? Se barrarem minha carteira de estudante quem tá atrás de mim só entra se me pisotear. Me enche de tapas agora pra evitar que eu durma. O bom dos óculos 3D é que disfarçam se você tiver chorando. O tempo ia passando e eu não calava mais minha boca. Entrei na sala correndo. As luzes mal se apagaram e eu já sentia que ia acordar rouco.

E então teve o filme e vou me limitar a dois comentários (poderiam ser milhares): 1- Helena Bonham Carter já pode ser indicada ao Oscar pela cena inicial onde ela interpreta a Hermione transformada em Bellatrix com todos os trejeitos da Emma Watson?  2- Os críticos andam dizendo que o 3D é dispensável e não acrescenta muita coisa na história. Discordo e acho que qualquer pessoa que tenha levantado os braços tentando pegar pedaços das cinzas do Voldemort também discorda.

E agora vou voltar pro assunto do começo do post. As pessoas foram meio que preparadas para chorar. Todo mundo já sabia que a história era triste - genta morre e tal. Viram o filme, se emocionaram, aplaudiram e sairam da sala para suas casas. Comigo foi meio diferente. A merda começou no epílogo, acho que não tinha como evitar de que a ficha não caísse ali. "Porra, acabou" - fiquei com essa frase na mente. As luzes se acenderam e as pessoas felizes falavam uma com as outras com cara de missão cumprida. Eu só queria sair dali correndo. 

Chamei uma amiga minha pra ir no banheiro e a cada passo que dava falava pra ela ir mais rápido. "Antes que eu comece a chorar" repetia brincando. Não era brincadeira, comecei a ter que levantar a cabeça pra evitar que as lágrimas caissem. Cheguei no banheiro, sentei numa cadeira e em cinco minutos eu já tava soluçando feito um orfão da segunda temporada de Chiquititas. Não foi um choro de tristeza pelo filme. Foi um choro de desespero depois de lembrar de todos os anos da minha vida desde a Pedra Filosofal. Harry Potter começou exatamente no fim da minha infancia e acabou exatamente no final da minha adolescência e saber que a partir daquele dia não ia ter mais nada foi uma das sensações mais loucas que já tive. It all ends. Minha amiga que me acompanhou ficou sentada do meu lado e quando eu parava de chorar ouvia os suspiros dela chorando e voltava a chorar também. Então era a vez dela tentar parar de chorar e continuar assim que me via todo inchado. Looping eterno. Foi um processo de luto instantaneo de tudo que Harry Potter significou e intercalou na maior parte da minha vida. 

Existem os que digam que é exagero achar que acabou para sempre e nada disso vai sumir dentro de mim. Balela. Vai tentar explicar isso pra um marmanjo que voltou do banheiro e teve que passar a noite inteira respondendo "o que tinham feito" pra que ele estivesse com aquela cara. Me acompanhou durante todo o meu crescimento, me apresentou a um monte de gente que mudou a minha vida e me fez sentir as melhores sensações que já passei enquanto via um filme no cinema. Foi isso que Harry Potter me fez.

2 comentários:

naatalia disse...

acho pouquíssimo, eu amei o filme, mas esperava mais, beijos.

naatalia disse...

repetindo o comentário por msn: 1mmmmmmmmmm boiola

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